XIII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia
de Alimentos
45 anos de Ciência e Tecnologia de Alimentos no
Brasil
01 a 04 de maio de 2012
Centro de Convenções – UNICAMP - Campinas – São Paulo www.cbcta45.net.br |
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RESUMOS DAS PALESTRAS
Sessão de Abertura do XXIII CBCTA 45 anos
02 de maio de 2012 – 10:00 às 12:30 - salas 1, 2 e 3
Pigments in food: a colourful story – and more
Prof. Dr George Britton –
Department of Biochemistry and School of Biological Sciences,
University of Liverpool, U.K., e-mail:
george.britton19@gmail.com
A
visit to the market to look at fruit and vegetables or seafood shows
how much we appreciate colour in our food. Colour is an important
criterion for selection and is seen as an indicator of freshness and
quality. Nature uses coloured substances – pigments – to provide
this colour in abundance. There are several classes of natural
pigments, e.g. tetrapyrroles, carotenoids, betalains, anthocyanins
and other phenolics, and others. Variations on the structural theme
within these classes provides subtle differences in colour and
shade. Extensive breeding and genetic modification programmes aim to
enhance or modify the colours. Colorants are added to manufactured
food to provide or enhance desired colours. These additives may be
natural products and extracts or may be produced by chemical
synthesis or biotechnology and prepared in forms and formulations to
optimise colour properties, solubility and stability. For us, the
most striking feature of these substances is their colour but,
before there were animals with eyes that could discriminate colours,
colour as such had no meaning or significance. The structural
features responsible for colour also give other properties and these
compounds had other important functions before colour became a
significant factor. Two billion years later, the idea of possible
alternative functions and actions has become a major area for
research and discussion. In recent years, the idea of so-called
‘functional foods’ has been widely promoted, and possible biological
actions of the pigments in our food in relation to human health are
being investigated extensively. Many claims have been made, but
critical and open-minded evaluation of experimental design, results
and interpretation is essential.
Desafios da Ciência e Tecnologia de Alimentos
no Brasil: 45 anos
Prof. Me. Dr. Luiz Eduardo Rodrigues de Carvalho
–
Faculdade de Farmácia da Universidade
Federal
do
Rio de
Janeiro,
e-mail: lec@luizeduardo.net
Pesquisas em Ciência e Tecnologia de
Alimentos são subalternas às demandas do mercado, mas são também
influenciadas pelo pensamento e políticas em suas épocas. Um
acompanhamento das prioridades de pesquisa em Alimentos, de 1970 aos
dias de hoje, é também um importante registro histórico da evolução
social do País. De um lado, desenvolvimento de projetos e
tecnologias para o desenvolvimento agroindustrial; de outro lado,
desenvolvimento de novos produtos, pretendidamente e alto valor
nutritivo e baixo custo
incluindo farinhas balanceadas, alimentos enriquecidos, matérias
primas alternativas para panificação, utilização de resíduos como
matérias-primas para novos produtos e “leite” e outros derivados da
soja – foram alguns dos temas mais priorizados nos últimos anos da
década de 70. Na contemporaneidade, parecem predominar temáticas
conectando “dieta e saúde”, focadas em alimentos funcionais e
nutracêuticos. Tão importante quanto a temática das pesquisas são as
práticas adotadas para aplicação desses saberes e tecnologias, os
vínculos com as indústrias de alimentos e os eventuais
direcionamentos acadêmicos, restringindo-se à produção de
publicações e decorrente consolidação de currículo dos
profissionais. O objetivo da palestra, mais que apresentar uma
análise particular desse fenômeno, é provocar e abrir um processo de
reflexão e debate que reoriente políticas, programas e ações futuras
em pesquisa e desenvolvimento da C&T de Alimentos. O papel da SBCTA
nestes processos será, concomitantemente, descrito e analisado.
Sessão Alimentos Orgânicos, Convencionais e alimentos funcionais
02 de maio de 2012 -
14:00 às 17:30 h
– sala 1
Coordenador: Prof. Dr. Benedito Carlos Benedetti - FEAGRI – UNICAMP
Produção de alimentos e qualidade da
matéria prima
Prof. Dr. Sylvio Luiz Honório
- Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de
Campinas, e-mail:
honorio@feagri.unicamp.br.
As espécies vegetais estão em processo contínuo de evolução para
adequação das suas condições bióticas aos fatores abióticos do seu
local de origem. Elas continuam desenvolvendo mecanismos de
adaptação às manifestações adversas do ambiente. Desse modo, são
mais aptas no seu local de origem. Para fazer o vegetal ser mais
produtivo o ser humano buscou solução na adequação genética
(intraespécies e interespécies), mas ainda não conseguiu adequação
para as variações do ambiente. Assim, o processo de ajuste das
condições bióticas e abióticas parece infindável. Portanto, na
melhor condição ambiental para a melhor manifestação genética, a
planta produzirá o seu melhor alimento. Em outras palavras, a comida
da planta é a comida do ser humano. Então, a qualidade começa no
campo e preservá-la integralmente após a colheita é praticamente
impossível, porque mudanças se iniciam na planta e só tendem a
aumentar provocadas pelo processo de colheita (a ruptura do sistema
aciona o sistema de reparo o qual exige energia) e os processos
pós-colheita. O uso da energia decresce a qualidade da matéria
prima. Para reduzir a velocidade da perda de qualidade é necessário
reduzir as atuações bióticas e abióticas do ambiente de conservação
sobre a matéria prima. Mesmo a melhor tecnologia de conservação não
consegue preservar integralmente a sua qualidade e agrega custos aos
processos. Quanto podemos pagar pela qualidade da matéria prima?
Segurança alimentar e nutricional na produção de alimentos
Palestrante:
Profa. Dra. Sila Mary
Rodrigues Ferreira – Setor de Ciências da Saúde, Departamento de
Nutrição, Programa de Pós-graduação em
Segurança Alimentar e Nutricional,
Universidade Federal do Paraná, e-mail:
sila@ufpr.br
Mesmo com a maior demanda de alimentos no mercado, muitos cidadãos
não dispõem dos alimentos que necessitam. Geralmente, aos alimentos
produzidos em larga escala é agregado alto valor comercial, o que os
torna extremamente caros e inacessíveis às classes sociais menos
favorecidas. Desta forma, o incentivo a produção agrícola
sustentável regional parece ser o sistema mais justo de garantir o
Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável (DHAA) e atender a
Política Nacional de Promoção à Saúde (PNPS). Nesta palestra, iremos
apresentar aspectos relevantes sobre a produção de alimento,
qualidade do produto e segurança alimentar e nutricional. A
informação sobre a composição centesimal, propriedades funcionais e
padrão de identidade e qualidade dos alimentos são condições básicas
para avaliação da qualidade e formulação de políticas públicas de
saúde que atendam a Política Nacional de Alimentação e Nutrição
(PNAN).
Frutas tropicais - potencial funcional e processamento
Dr.
Nedio Jair Wurlitzer
-
Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, e-mail:
nedio@cnpat.embrapa.br
Muitas frutas tropicais ainda pouco exploradas comercialmente podem
apresentar potencial como alimento funcional, relacionado com seu
conteúdo de compostos bioativos, tais como polifenóis, antocianinas,
flavonóides, vitamina C e carotenóides. Esta palestra visa mostrar
as potencialidades para elaborar produtos de frutas tropicais e
discutir como as condições de processamento pós-colheita e de
armazenamento, podem afetar a estabilidade dos componentes que
apresentam características nutricionais e funcionais. Algumas
práticas podem contribuir para a redução das perdas destes no
processamento e armazenamento, tais como controle de temperatura,
minimização do conteúdo de oxigênio, proteção da luz, inativação
enzimática, entre outras. Do ponto de vista tecnológico, os
processos de conservação normalmente utilizados para bebidas como
sucos e néctares são de natureza térmica e não-térmica, alguns
relativamente simples, como o congelamento, ou mais complexos como a
alta pressão hidrostática, os quais podem vir a comprometer a
estabilidade de componentes nutricionais e funcionais presentes nas
matérias-primas e produtos. Frutas são bem conhecidas por serem
associadas com propriedades funcionais, porém sua alegação como
alimento funcional depende de estudos que comprovem a relação entre
a presença de antioxidantes em produtos de frutas e sua
funcionalidade /in vivo/, através da diminuição do risco do
desenvolvimento de doenças associadas ao acúmulo de radicais livres,
tais como câncer, riscos cardio-vasculares e Alzheimer. A
comprovação destas propriedades possibilitará a alegação funcional
destes. A agregação de valor de frutas tropicais tradicionais e
não-tradicionais por meio do desenvolvimento de novos produtos com
propriedades funcionais comprovadas é de grande importância para dar
estabilidade econômica a produtores e processadores e diversificação
do mercado de produtos de frutas.
Identificação e aproveitamento de compostos
bioativos de resíduos agroindustriais
Profa. Dra. Solange Guidolin Canniatti Brazaca
-
Departamento de Agroindústria Alimentos e Nutrição, Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, e-mail:
sgcbraza@usp.br,
sgcbraza@esalq.usp.br
Os subprodutos do processamento de alimentos podem fornecer inúmeros
compostos que apresentam benefícios para a saúde. Esses compostos
podem ser desprezados no momento do processamento do alimento, e
também no seu preparo. Por esse motivo várias pesquisas tem se
preocupado em identificam e extrair essas substâncias dos
subprodutos agroindustriais para aplicar aos alimentos. Exemplo
disso é a utilização de fibras que são retiradas no processamento de
frutas para a obtenção de polpa. Essas fibras podem ser utilizadas
para a adição em outros alimentos e assim torná-los com alto teor de
fibras ou fonte de fibras, dependendo do teor final de fibras
alimentares nos alimentos. Em iogurtes é possível a adição de
resíduos do processamento do maracujá, obtendo um produto com alto
teor ou fonte de fibras. Compostos com capacidade antioxidante são
também encontrados nos resíduos do processamento, especialmente
quando são desprezadas as partes externas dos alimentos. Essas
substâncias podem ser empregadas em outros alimentos como
antioxidantes naturais. Há a possibilidade do emprego do próprio
resíduo ou é possível a extração de substâncias presentes nos
resíduos e então o uso das mesmas para adição em outros alimentos
substituindo antioxidantes artificiais pelos naturais.
Sessão Embalagem de Alimentos
02 de maio de 2012 -
14:00 às 15:30 h
– sala 2
Coordenador: Me. Lea Mariza Oliveira – CETEA - ITAL
Rede de serviços tecnológicos do SIBRATEC para o setor de
transformados plásticos
Me.
Gustavo Domeneghetti
- Sociedade Educacional de Santa Catarina, e-mail:
domeneghetti@sociesc.org.br
Na palestra será apresentada a Rede de Transformados Plástico. Os
principais tópicos a serem abordados são o arranjo institucional da
Rede, o objetivo e foco de atuação da Rede, suas linhas de atuação
dentro do setor de transformados plásticos do país, demandas a serem
atendidas pela Rede e ensaios em desenvolvimento e implementação
pela Rede.
Tendências do Mercado de Embalagens para Café
Eng. Claire Sarantópoulos
– CETEA,
Instituto de Tecnologia de Alimentos, e-mail:
claire@ital.sp.gov.br
A embalagem de varejo tem como um de seus objetivos a comunicação de
sensorialidade e prazer ao consumidor. Inovações em formas e
tamanhos e novas técnicas de impressão diferenciarão os produtos da
concorrência, revitalizarão marcas, acrescentarão appetite appeal e atrairão o consumidor. O crescente apego às
indulgências, por exemplo, abrirá caminho para as embalagens
premium de produtos
gourmet, preferencialmente em pequenas porções, que os tornarão mais
acessíveis. Na procura por alimentos saudáveis, a embalagem atuará
como ferramenta de informação ao consumidor. Ganharão importância os
selos de associações de saúde ou programas de qualidade de produtos,
bem como os indicadores de aspectos nutricionais. A conveniência de
manipulação e uso da embalagem será uma exigência crescente dos
consumidores. Implica em facilidade e redução de tempo de preparo,
possibilidade de consumo do produto em vários ambientes, em porções
individuais e personalizadas. Com o aumento da consciência
ambiental, a embalagem deverá ser avaliada por meio de uma abordagem
mais ampla e holística, considerando todo o seu ciclo de vida, desde
a extração de matérias-primas até a disposição final. Isto incluirá
a preocupação com a redução dos fatores que afetam diretamente o
meio ambiente e a sociedade, além de ser economicamente viável e
atender às necessidades dos consumidores. Serão cada vez mais
relevantes as questões de sustentabilidade.
Sessão Política Nacional de Resíduos Sólidos
02 de maio de 2012 -
16:00 às 17:30 h
– sala 2
Coordenador:
Prof. Dr. Carlos A.
R. Anjos – FEA – UNICAMP
A questão da disposição de
resíduos sólidos no estado de São Paulo: uma oportunidade para o uso
dos resíduos da cana visando a geração de energia
Prof. Dr. Luís A. B. Cortez -
Faculdade de Engenharia Agrícola,
Universidade Estadual de
Campinas, e-mail:
luisabcortez@yahoo.com.br O
Brasil tem hoje na questão da disposição do lixo um divisor de
águas. Até o presente momento este problema não está
devidamente equacionado e sua solução tem criado muito desconforto
para as populações. A situação do lixo no Brasil se agravou com o
acelerado processo de urbanização pelo qual passamos e isto
associado à baixa renda do país tem levado a que as melhorias sejam
incorporadas de forma muito lenta e problemática. Hoje o
quadro é agravado pela insuficiência dos aterros sanitários e a
situação financeira das prefeituras. Uma possível solução a ser
melhorar examinada sobretudo no Estado de São Paulo seria a
utilização dos resíduos da cana-de-açúcar (bagaço e parte da palha)
para seu respectivo uso como combustível auxiliar na incineração do
lixo urbano. Sobretudo no Estado de São Paulo, pois este possui
cerca de 150 usinas/destilarias com cerca de 5 milhões de áreas
plantadas em cana-de-açúcar. Esta descentralização (1 em cada 4
municípios paulistas tem uma usina) pode significar uma grande
oportunidade. A incineração do lixo com bagaço ou palha pode
gerar importantes excedentes de energia elétrica e contribuir para a
eliminação de um grave problema ambiental que nos aflige.
Gerenciamento de resíduos sólidos á luz da política nacional de
resíduos sólidos - redução,
reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e
disposição final ambientalmente correta.
Profa. Dra. Eglé Novaes Teixeira
- Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, e-mail:
egle@fec.unicamp.br
Toda atividade humana gera resíduo e este tem atingido grandes
quantidades que necessitam ser adequadamente gerenciadas. A Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010,
estabelece a mesma hierarquia de ações preconizadas na Agenda 21 e
nas teorias de desenvolvimento sustentável que é: o resíduo deve ser
reduzido na fonte, ou seja, não deve ser gerado ou se inevitável
deve ser reduzido ao máximo. Para o resíduo produzido, deve-se
reutilizar ao máximo antes de encaminhar para a reciclagem. E o
resíduo que não for passível de ser reduzido, reutilizado ou
reciclado, só este, deve ser encaminhado para tratamento e
disposição final. Neste sentido, muitas ações podem e devem ser
adotadas e uma delas é conhecer bem todas as etapas e unidades como
forma de melhor aplicá-las. Serão apresentadas as diretrizes
propostas na PNRS, com destaque para a minimização e abrangendo a
logística reversa, entre outras. Ainda, será apresentado, a sua
inserção em um Sistema Integrado de Gestão/Gerenciamento de resíduos
sólidos urbanos.
Sessão Certificação: do Campo a Mesa
02 de maio de 2012 -
14:00 às 17:30 h
– sala 3
Coordenação: Eng. Juliane Dias Gonçalves – FLAVOR FOOD
Certificação na produção de refeições coletivas - dificuldades e
desafios
Jacqueline
Menengrone
- Administradora de Qualidade, Sodexo, Vale do Paraíba, e-mail:
Jacqueline.MENENGRON@sodexo.com
A certificação em uma produção de refeições coletivas parecia
impossível, principalmente em um contrato de alta complexidade com
diversidade de serviços e produtos. No entanto decidimos enfrentar
este desafio, onde nos deparamos com grandes dificuldades que foram
superadas com empenho, criatividade e persistência, o que nos
possibilitou obter a certificação. O amadurecimento do sistema de
gestão trouxe ao ambiente de processo a segurança que nossos
clientes necessitam e aos nossos indicadores a performance
desejada."
Como mantener un sistema de gestión saludable
Jaime Lastra - Gerente de Certificações,
Silliker, e-mail:
jaime.lastra@silliker.com
Esta presentación se enfoca en herramientas para ayudarle a cumplir
con lós requisitos de las auditorias de certificación y a crear una
cultura de seguridad alimentaria dentro de las plantas para poder
retener La certificación dentro de un ambiente de mejora continua.
La presentación Le ofrece ejemplos prácticos que se basan en
requisitos de auditorias certificación.
Manutenção da qualidade ao longo da cadeia logística
Fernanda Vambersy - Martin Brower, e-mail:
Fernanda.Vambersy@martin-brower.com.br
Os esforços para o gerenciamento e implementação da qualidade e
segurança dos alimentos sempre estiveram focados na manufatura dos
alimentos. No entanto, as etapas de armazenamento, transporte e
distribuição, tem um papel essencial na integridade dos alimentos.
Será apresentado um case de gestão da qualidade em uma empresa
operadora logística líder em seu segmento de prestação de serviços.
Certificações em Alimentos e Agronegócios
Sergio Ribas Moreira
- Technical Coordinator for Food and
Agribusiness certifications,
BRTUV/TUVNORD,
e-mail:
serginho@sbcert.com.br
Certificações para o Setor Primário de Produção de Alimentos -
Desafios para a Produção Convencional Brasileira A Produção de
Alimentos no Brasil e no Mundo depara-se com um grande desafio, nos
dias de hoje: Como suprir, com alimentos seguros, uma população
crescente em número e cada vez mais diferenciada e exigente? Modelos
de Sistemas de Avaliação existentes baseados em certificação,
exigidos pelos mercados mais experientes, como o Global.G.A.P;
Produção Integrada Agropecuária entre outros, muitas vezes não são
suficientes ou adaptáveis para todos os mercados , demandando a
busca de novas soluções para preencher lacunas na área de Garantia
de Qualidade e de Segurança de Alimentos, em ambientes de produção
sustentáveis, que respeitem o meio Ambiente e Aspectos Sociais
envolvidos. Nesta palestra, será fornecida uma visão de alternativas
existentes nos dias de hoje e tendências nos meios de avaliação de
sistemas produtivos convencionais com níveis de garantia de
atendimento aos requisitos, que assegurem a Segurança Alimentar das
populações , com produtos cada vez mais Seguros e Sustentáveis.
Sessão Publicações Científicas
03 de maio de 2012 - 9:00 às 12:30 – sala 1
Coordenação: Profa. Dra. Mirna Lúcia Gigante – FEA – UNICAMP
Dra.
Virginia M. da Matta - EMBRAPA
A qualidade esperada para o manuscrito na ciência
internacional
Prof. Dr.
Dr. Gilson Luiz Volpato –
Departamento de Fisiologia. Instituto de
Biociências. UNESP, Botucatu, São Paulo.
Discorro sobre o que deve conter um texto para contemplar o nível
esperado na ciência internacional. Inicialmente, defino uma revista
internacional como aquela que publica artigos de cientistas de
vários países e tem seus artigos citados por autores de vários
países. Apresento os dois níveis de revista científica internacional
e suas implicações para a qualidade científica esperada. Mais ainda,
mostro que uma publicação internacional deve possuir quatro
quesitos: a) novidade nas conclusões; b) metodologia robusta; c)
resultados evidentes e d) apresentação impecável. Explico esses
itens e os exemplifico mostrando o que temos feito de errado em
contraposição ao que é esperado numa ciência internacional.
Ética e plágio na publicação
científica
Prof. Dr.
Ricardo Antunes Azevedo
- Departamento de
Genética, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
Universidade de São Paulo, e-mail:
raazeved@esalq.usp.br
Com a imensa pressão que atualmente existe sobre a divulgação da
informação científica, na formação de pessoal e na geração de
resultados que possam não simplesmente ser uma contribuição a
ciência, mas também em formar currículo para um pesquisador,
multiplicam-se os casos de falta de ética, plágio e má conduta
científica. Na palestra irei apresentar aspectos relacionados a
ética desde a editoração de um periódico, ou seja, o papel dos
editores, autores e revisores, até a atuação científica do
pesquisador e o impacto de sua má conduta para com a ciência, seus
colegas, Instituição, alunos, pós-graduação e País. Discutiremos as
formas de plágio, como definir direitos de autoria em artigo
científico e vários casos de má conduta serão utilizados como
exemplos. O objetivo é alertar a alunos, pesquisadores, editores e
administradores institucionais para os problemas verificados com
mais frequência.
Revista ciência e tecnologia de alimentos - onde estamos e onde
podemos chega
Profa. Dra. Mirna L. Gigante –
Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de
Campinas, e-mail: sbcta.mirna@gmail.com
O objetivo dessa palestra é discutir a situação atual da Revista
Ciência e Tecnologia de Alimentos no cenário nacional e
internacional de publicações, com base nos indicadores
bibliométricos divulgados pela Thomson Reuters Científica. Serão
apresentados dados relativos ao tempo médio de publicações, fluxo de
artigos e a posição no ranking das revistas brasileiras da área de
Ciências Agrárias e Biológicas. Serão apresentadas as mudanças
implementadas em 2011 e seus possíveis reflexos a médio e longo
prazo nos índices e qualidade da revista. Finalmente, será discutido
como nós, pesquisadores, revisores e autores brasileiros da área de
Ciência e Tecnologia de Alimentos podemos contribuir para o sucesso
e para a real internacionalização da Revista Ciência e Tecnologia de
Alimentos. Nossa expectativa é, neste fórum absolutamente
pertinente, quando a Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de
Alimentos completa 45 anos e a Revista 30 anos, refletir e discutir
os novos passos visando a maior consolidação da revista.
Sessão Sustentabilidade Social
03 de maio de 2012 - 9:00 às 12:30 – sala 2
Coordenação: Dr. Paulo Eduardo da Rocha Tavares – FRUTHOTEC / ITAL
O Papel dos Bancos de Cultura, em particular a coleção de culturas
da Fundação André Tosello e a sustentabilidade
Profa. Dra. Iracema de Oliveira Moraes
- PROBIOM TECNOLOGIA, e-mail:
iomoraes@fat.org.br
A Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, foi criada pelas Nações Unidas para
discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o
desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
Nesse sentido apresenta a definição para que isso se obtenha.
Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de
suprir as necessidades da geração atual, garantindo a capacidade de
atender às necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento
que não esgota os recursos para o futuro. Nos últimos anos, práticas
de responsabilidade social corporativa tornaram-se parte da
estratégia de um número crescente de empresas, cientes da necessária
relação entre retorno econômico, ações sociais e conservação da
natureza e, portanto, do claro vínculo que une a própria
prosperidade com o estado da saúde ambiental e o bem-estar coletivo
da sociedade. É cada vez mais importante que as empresas tenham
consciência de que são parte integrante do mundo e não consumidoras
do mundo. O reconhecimento de que os recursos naturais são finitos e
de que dependemos destes para a sobrevivência humana, para a
conservação da diversidade biológica e para o próprio crescimento
econômico e social é fundamental para o desenvolvimento sustentável,
o qual sugere a utilização dos recursos naturais com qualidade e não
em quantidade.
A Coleção de Culturas Tropical (CCT), maior
coleção catalogada (on line) da América Latina, preserva cerca de
7600 linhagens, torna disponível à comunidade industrial e acadêmica
um rol de serviços especializados de caracterização taxonômica,
identificação e depósito de microrganismos, majoritariamente os
associados à Biodiversidade Brasileira, a produtos industrializados
(contaminação e/ou biodeterioração), a processos biotecnológicos
diversos além dos provindos de pesquisa básica e aplicada. Esta
conferência apresenta a CCT e seu acervo especialmente, no que tange
à área da Ciência e Tecnologia de Alimentos, objeto precípuo da
SBCTA, seus desafios e oportunidades voltados à Sustentabilidade,
inclusive ações de fomento da FAPESP, CNPQ e FINEP, dentre outras.
Óleo de palma sustentável – um novo paradigma na
produção e uso de commodities agrícolas no Brasil e no mundo
Eng. Marcello Brito -
Diretor Comercial e Sustentabilidade, Grupo Agropalma, e-mail:
mbrito@agropalma.com.br, marcello@agropalma.com.br
O óleo de palma, conhecido no Brasil apenas como “Dendê” é o óleo
vegetal mais produzido no mundo. Responde por quase 1/3 do consumo
mundial e cerca de 50% de todas as transações internacionais no
setor dos óleos vegetais. A produção mundial de óleos vegetais
supera 160 milhões de tons/ano e tem importância vital nos setores
alimentício, olequímico e de energia renovável, empregando milhões
de pessoas mundo afora. Por ser entre os principais óleos vegetais,
o único de se desenvolve em climas tropicais úmidos, o crescimento
da indústria do óleo de palma está fortemente ligado a questões
ambientais, principalmente o desmatamento na Malásia e Indonésia, o
que transformou essa commodity na mais escrutinada no mundo por ONGs
ambientais, sociais, universidades e etc. Com a criação do RSPO
(Roundtable on Sustainable Palm Oil), surge um novo paradigma na
produção sustentável do óleo de palma, com conceitos que vão de
encontro aos anseios da sociedade moderna desse século. O Brasil tem
tudo para ser um dos líderes nesse setor se censo de oportunidade
somado a inteligência estratégica fizer parte do nosso planejamento
agrícola. Oportunidade ou risco para a Amazônia?
Desenvolvimento de produto com menor
impacto ambiental
Dr. Guilherme de Castilho Queiroz
– Cereal Chocotec, Instituto de Tecnologia de Alimentos, e-mail:
guilherme@ital.sp.gov.br
O "desenvolvimento de produto com menor impacto ambiental" (Design
for Environment ou Ecodesign da ISO/TR 14062) tem por objetivo
reduzir os impactos ambientais em todo o ciclo de vida dos produtos
mediante a integração de aspectos ambientais no projeto e
desenvolvimento de produtos, processos ou serviços tomando por base
a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Dessa forma, o "desenvolvimento
de produto com menor impacto ambiental" permite a implementação de
inovações ambientais no desenvolvimento do produto, evitando o
surgimento de questões indesejáveis durante o ciclo de vida do
produto. Além da agregação de valor ao produto com benefícios para a
empresa em termos de competitividade, pode-se citar as seguintes
vantagens: otimização do uso de materiais e energia; diminuição da
disposição de resíduos; redução de custos; melhoria da imagem da
empresa e/ou marca; atração de
investidores com consciência ambiental; aumento do
conhecimento sobre os produtos; melhoria da relação com os
reguladores; melhoria da comunicação interna e externa da
organização, entre outros.
Sessão Tendências na Indústria de Alimentos
03 de maio de 2012 - 9:00 às 12:30 – sala 3
Coordenação: Dr. Valdecir Lucas – CEREAL CHOCOTEC – ITAL
Eng. Juliane Dias Gonçalves – FLAVOR FOOD
Complexities of sodium reduction
Prof. Dr. Roger Clemens,
Presidente do IFT,
School of Pharmacy, University of Southern California, Los Angeles, e-mail:
clemens@usc.edu
A
recent 2012 Centers for Disease Control and Prevention, Morbidity
and Mortality Weekly Report reiterated the impact of specific foods
on sodium consumption and their impact on blood pressure, a major
risk factor in cardiovascular disease. Food consumption data in the
United States, 2007-2008, suggest 90% of the populations consumes an
excess amount of dietary sodium (> 3,200 mg), primarily from 10 food
categories. These findings are consistent with the 2010 Dietary
Guidelines for Americans and the 2010 Institute of Medicine report
on Strategies to Reduce Sodium Intake in the United States. The
United States Food and Drug Administration (FDA) and the United
States Department of Agriculture (USDA) Food Safety and Inspection
Services (FSIS) chronicled the complexities associated with reducing
dietary sodium in the 2011 call for comment. The Institute of Food
Technologists (IFT) provided scientific perspectives and practical
insights on reducing sodium consumption in the United States. IFT
identified four key areas important to all stakeholders: (1)
recognize sodium reduction technological innovations and challenges;
(2) monitor sodium content for assessing sodium reduction
initiatives; establish and meet voluntary sodium reduction targets;
and, communicate issues involving government, the food industry, and
consumers.
Os novos desafios da indústria de alimentos
Prof.
Dr.
Paulo Cesar Stringheta
-
Departamento de
Tecnologia de Alimentos,
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas,
Universidade Federal de Viçosa, e-mail:
pstringheta@yahoo.com.br
O desenvolvimento de um país
depende em grande parte do bem estar da sua população. Uma
alimentação adequada é desejável para que os indivíduos possam ser
saudáveis, com capacidade física e mental para o desenvolvimento
esperado de suas funções e ações nas diferentes faixas etárias. Na
media em que as nações se desenvolvem, aumenta o consumo de
alimentos industrializados, de forma que as indústrias devem
responder por esta demanda na medida exata de produtos disponíveis
ao consumo, levando em consideração os seus custos e
prioritariamente, a sua qualidade nutricional e a sua segurança.
Ao mesmo tempo, o setor industrial não pode ficar alheio a
conjuntura econômica mundial, atentando para o fato de que as nações
subdesenvolvidas passam por sérios problemas, associadas às
deficiências de abastecimento de alimentos necessário a um mínimo de
comida aos seus habitantes. No Brasil, apesar dos esforços
governamentais, ainda temos problemas sérios de fornecimento de uma
alimentação adequada a uma boa parcela da população. Ainda, com a
ascensão social de boa parte da população as indústrias devem ficar
atentas para um novo tipo de consumidor, disposto a comprar um
alimento de melhor qualidade a preços compatíveis com sua faixa de
renda. Além disto, novos hábitos e informações sobre a qualidade
nutricional têm propiciado o lançamento de produtos diferenciados no
mercado, com grande apelo de consumo. As novas tecnologias de
processamento de alimentos devem estar associadas a uma melhor
qualidade e segurança, dentro de um sistema de produção de alimentos
que levam em consideração a sustentabilidade da cadeia produtiva,
desde os sistemas de produção, passando pelos processos indústrias
mais limpos até a embalagem utilizada. Assim, é que estão surgindo
produtos especiais, segmentados, com certificação e selos que
garantem um diferencial destes produtos juntos aos seus
concorrentes, em beneficio da população e do sistema de produção
como um todo. Alimentos orgânicos, alimentos funcionais, alimentos
enriquecidos, alimentos adicionados de extratos vegetais, alimentos
para fins especiais, como aqueles para atletas, alimentos para
idosos, entre outros são avanços tecnológicos demandados pela
população e que a indústria tem como desafio o oferecimento destes
produtos com qualidade, segurança e sustentabilidade.
Uso de la visión computacional para la resolución de problemas en la
industria de alimentos
Prof. Dr. Roberto Agustin Quevedo Leon
- Universidad de Los Lagos,
Chile, e-mail: rquevedo@ulagos.cl
La calidad de los alimentos es un atributo muy importante en la
industria debido a que tiene directa relación con la mejora
continua, el mercado de los productos y que además proporciona
herramientas para producir alimentos mas seguros, dentro de las
normas exigidas por entes reguladores y por el consumidor.
En los últimos 20 años se han desarrollado dispositivos
digitales de visión en conexo con sistemas integrados de computación
los cuales han sido utilizados por la ingeniería de alimentos en el
control de calidad de materias primas, procesos de control y
productos terminados. El objetivo de esta conferencia es dar a
conocer y abrir una discusión breve sobre la utilidad real de los
sistemas computacionales de visión digital (cámaras de video, e
imágenes) como herramientas de control en los procesos productivos
alimentarios. En una primera instancia, los sistemas digitales mas
utilizados de control han sido cámaras de video las cuales han
servido para cuantificar propiedades físicas como color en los
alimentos, para caracterizar cinéticas de deterioro, para determinar
senescencia; así como para determinar y aislar defectos en los
alimentos, tanto en sus formas como en su superficie. Estas técnicas
utilizan imágenes en tiempo real para ir monitoreando y
cuantificando patrones en las imágenes que están relacionados con
eventos físicos,
químicos y microbiológicos. En los procesos de detección se aplican
fundamentalmente algoritmos computacionales que están basados en
matemáticas tanto euclidianas como fractales. En una segunda
instancia, técnicas más avanzadas como la estereoscopia y la
aplicación de imágenes multiespectrales o el Infra-rojo cercano
están siendo utilizadas para determinar defectos estructurales en
los alimentos. Como resultado de esto, los sistemas de control de
calidad han sido fortalecidos con métodos digitales de visión que
son más objetivos y eficientes, pero que requieren finalmente
siempre de una interpretación humana para determinar un mejor juicio
en la evaluación.
Estudos sobre tendências e competitividade na indústria de alimentos
Dr. Raul Amaral do Rego -
Assessoria Diretoria Geral,
Instituto de Tecnologia de Alimentos, e-mail:
raul@ital.sp.gov.br
Os estudos sobre tendências e competitividade são considerados
estratégicos diante da influência de determinados fatores sobre a
indústria de alimentos, tais como o aumento da demanda, as mudanças
nos hábitos alimentares, aumento do custo das matérias-primas,
escassez de insumos etc. De modo geral, servem como base para a
formulação de políticas de desenvolvimento. Neste contexto, será
apresentada análise comparativa de iniciativas de países da União
Europeia, Austrália, Canadá, entre outros, que têm dado prioridade
ao investimento em C&T, considerado como vetor estratégico da
inovação e agregação de valor no setor de alimentos.
Sessão Contaminantes
em Alimentos
03 de maio de 2012 – 14:00 às 17:30 – sala 1
Coordenação: Dra. Regina Prado Zanes Furlani – CCQA - ITAL
Regulação de contaminantes em alimentos
Me. Lígia Lindner Schreiner
– ANVISA, Brasília, e-mail: ligia.schreiner@anvisa.gov.br
Serão abordadas as medidas para gerenciar riscos, incluídas as
medidas regulatórias. Serão apresentados os trabalhos da ANVISA
nesta área.
Resíduos e contaminantes em produtos de origem animal
Dr.
Renato Costa Brum
- Fiscal Federal Agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, Mato Grosso do Sul, e-mail:
renato.brum@agricultura.gov.br
A implementação do Plano Nacional de Controle de Resíduos e
Contaminantes (PNCRC) amplo e efetivo por parte do Estado é uma
tarefa exclusiva e indelegável a qualquer segmento do país,
considerando a premissa básica da garantia do fornecimento de
alimentos seguros a população brasileira. Cabe ao setor produtivo de
alimentos adotar medidas em seus programas de autocontrole a fim de
mitigar o risco, por meio da instituição de controles quanto à
inocuidade química da matéria-prima adquirida para processamento. A
fim de convalidar as ações deste controle, faz-se necessária a
instituição de uma rede laboratorial robusta para a expedição de
resultados analíticos confiáveis, que nortearão a adoção de medidas
por parte das autoridades sanitárias brasileiras e por parte do
controle de qualidade das indústrias processadoras de alimentos de
origem animal. Os investimentos realizados pelo Estado no controle
de resíduos/contaminantes incorrem em benefícios para a melhoria da
qualidade dos produtos disponibilizados junto à sociedade brasileira
e para possibilitar o escoamento da produção excedente para os
diversos países que fazem parte do agronegócio brasileiro.
Migração de compostos de embalagens plásticas
Profa. Dra. Magali Monteiro
– Departamento de Alimentos e Nutrição, Faculdade de Ciências
Farmacêuticas, UNESP, Araraquara, e-mail:
monteiro@fcfar.unesp.br
As principais preocupações sobre a migração de substâncias da
embalagem para alimentos estão relacionadas à segurança e à
qualidade de ambos, alimento e embalagem. Algumas substâncias usadas
na fabricação da embalagem podem oferecer risco se migrarem para os
alimentos e forem ingeridas acima de determinada quantidade. É
importante considerar que nenhum dos materiais usados como embalagem
de alimentos é inerte e, portanto, poderá haver migração, com
consequente contaminação do alimento. As consequências práticas da
migração incluem alterações sensoriais dos alimentos, capazes de
reduzir sua aceitação pelo consumidor, alterações nas
características físicas, químicas e mecânicas do material de
embalagem, além de representar uma fonte de substâncias tóxicas na
dieta. A migração de substâncias químicas das embalagens plásticas
para os alimentos depende de vários fatores. A concentração da
substância migrante no material de embalagem, sua massa molecular e
estrutura química, a natureza do alimento, a afinidade relativa da
substância migrante pelo material de embalagem e pelo alimento em
contato, e a temperatura e duração do contato são determinantes para
a migração. Além dos componentes naturalmente presentes, inerentes à
matriz, também podem migrar aditivos, resíduos, sub-produtos de
reação, etc. No caso de embalagens multicamadas, em que a estrutura
envolve a combinação de vários tipos de materiais, cada camada agirá
como barreira funcional sobre a outra, dificultando a migração. O
tipo e quantidade de substâncias que migram devem respeitar às
especificações estabelecidas pela legislação.
Avanços em análise de resíduos e contaminantes
em alimentos
Segurança alimentar e proteção ao consumidor são temas que vem sendo
muito discutidos nas últimas décadas. Com isso, existe a necessidade
de avaliação da qualidade dos alimentos produzidos. E para avaliar o
nível de contaminação de um produto é necessário que métodos
analíticos estejam disponíveis e que laboratórios estejam preparados
para executar rotineiramente determinadas análises. Resíduos e
contaminantes estão presentes em alimentos normalmente em baixas
concentrações, o que limita o uso de algumas técnicas analíticas.
Dessa forma, a presente palestra pretende discutir os avanços
ocorridos nos últimos anos relacionados à análise de resíduos e
contaminantes orgânicos formados durante o processamento de
alimentos em termos de preparação de amostra, determinação e
validação da metodologia proposta.
Sessão
Sensorialidade e Prazer
03 de maio de 2012 - 14:00 às 17:30 h – sala 2
Coordenadora – Profa. Dra. Neura Bragagnolo – FEA - UNICAMP
Caracterísiticas não sensoriais na aceitabilidade dos alimentos
Profa. Dra. Valeria Paula Rodrigues Minim
- Departamento de Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Exatas
e Tecnológicas, Universidade Federal de Viçosa, e-mail:
vprm@ufv.br
A análise sensorial tradicional, que enfoca os atributos intrínsecos
ao produto, é uma ferramenta utilizada para estudar as
características sensoriais provenientes do equilíbrio de compostos
presentes nos alimentos, a fim de garantir o padrão de qualidade do
mesmo. Um alimento, para atingir essa qualidade exigida pelo
consumidor, deve possuir respaldo no que diz respeito a sua
aparência, aroma, sabor e textura. Entretanto, as ferramentas
tradicionais da análise sensorial não são suficientes para atender
aos requerimentos do dinâmico mercado de produtos alimentícios. Uma
formulação otimizada do produto é, sim, necessária para uma inovação
de sucesso e para a aceitação sensorial do mesmo. Os consumidores,
porém, são também influenciados por outros fatores durante o
processo de escolha, compra ou aceitação do alimento, como conceitos
individuais (aprendidos, vivenciados ou instintivos), além de
sofrerem influência de informações relacionadas ao produto, como por
exemplo, a marca, o preço ou os benefícios à saúde. Estes fatores
são os denominados fatores ou características não sensoriais,
veiculados na própria embalagem do alimento e também relacionados
aos conceitos do próprio consumidor em relação ao produto. Isto quer
dizer que atitudes e crenças do consumidor perante um alimento são
formadas, igualmente, pelo conhecimento advindo de informações
contidas na embalagem, pela comunicação ao redor do produto e pela
interação entre estes grupos de fatores, e não somente por
características sensoriais. Na perspectiva do consumidor, um
alimento é sempre associado a uma marca, embalagem ou rótulo, sendo
frequentemente selecionado por meio de informações fornecidas a ele.
Esta conferencia trará uma abordagem das características não
sensoriais que podem influenciar a percepção do consumidor frente a
um alimento. Será apresentado um estudo de caso que avaliou a
influencia dos benefícios a saúde na aceitabilidade de sucos de
frutas exóticas.
Perfil flash: uma opção rápida para
descrição de produtos
Profa. Dra. Marta de Toledo Benassi
- Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de
Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Londrina, e-mail:
Martatb@uel.br
Métodos descritivos têm como objetivo caracterizar propriedades
sensoriais, empregando equipes que descrevem qualitativa e
quantitativamente as amostras, mas no geral, os provadores
necessitam de treinamento longo para fornecer resultados confiáveis
e consistentes. O teste de Ordenação é tradicionalmente utilizado
como discriminativo sendo empregado para comparar amostras com
relação a intensidade de um atributo, e devido a simplicidade no
procedimento, a técnica têm sido utilizada em estudos de
consumidores e na avaliação da eficiência de equipes. O Perfil
Flash é baseado numa combinação do método de Perfil Livre
(técnica descritiva) com a técnica de ordenação. O provador cria seu
próprio vocabulário para descrever e ordenar amostras comparadas
simultaneamente. Como vantagens, a descrição pode ser obtida em
apenas uma única sessão, utilizando provadores não familiarizados.
Além do ganho de tempo para o provador e analistas, pode-se destacar
a economia de amostra e redução no custo: em torno de 100 mL de cada
bebida para cada provador. Tendo em vista a independência das
análises, o número de provadores pode ser aumentado, se houver
interesse em dar a descrição obtida um enfoque de estudo de
consumidor. Na palestra serão abordados os princípios e etapas de
execução da técnica em laboratório e da análise dos dados,
apresentando-se estudos de casos para exemplificar seu uso,
vantagens e limitações.
Impacto das alegações da embalagem sobre a percepção do consumidor:
evidências
Profa. Dra. Maria Aparecida A. Pereira da
Silva -
Departamento de Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia, Universidade Federal de Sergipe, e-mail:
Mariasi@fea.unicamp.br
Estudos recentes têm mostrado que alegações de caráter sensorial,
nutricional, ou de benefícios à saúde, usualmente encontradas em
embalagens de alimentos, influenciam a expectativa do consumidor, e
em decorrência, sua percepção do produto. Evidências estatísticas
desses efeitos são obtidas através de metodologias sensoriais
específicas, nas quais três etapas devem ser cumpridas, quais sejam:
i) avaliação cega do produto codificado com números de três dígitos,
ii) avaliação da expectativa criada pela embalagem e/ou suas
alegações e, iii) avaliação informada, na qual o alimento é
submetido ao indivíduo, acompanhado de sua embalagem e/ou alegações.
A análise estatística dos dados coletados nessas três etapas permite
identificar se o produto atendeu ou não às expectativas dos
consumidores, e no caso dele ter ficado aquém das alegações
oferecidas, qual o efeito das mesmas sobre a percepção do
consumidor: assimilação, contraste, negatividade generalizada ou
assimilação-contraste. Corroborando as evidências obtidas através
desses testes sensoriais, estudos de ressonância magnética funcional
(fMRI) têm demonstrado que, ao nível fisiológico, as áreas do
cérebro envolvidas no processamento de estímulos sensoriais,
apresentam diferenças em seus padrões de ativação, se a atenção dos
indivíduos antes da avaliação de estímulos odoríferos, é dirigida
para aspectos hedônicos ou para aspectos de intensidade dos mesmos.
Esta palestra irá apresentar estudos de caso, exemplificando o uso
de métodos sensoriais para avaliar o impacto de alegações sobre a
percepção do consumidor, e a ressonância magnética funcional como
técnica para explorar diferenças em padrões de ativação de áreas do
cérebro, quando a atenção dos indivíduos é dirigida para diferentes
aspectos de um mesmo estímulo.
Análise sensorial aplicada ao desenvolvimento de produtos
Me. Patrícia Yuasa Niizu
– Desenvolvimento de Produtos, Análise e Pesquisa Sensorial, Brasil
Foods, e-mail:
patricia.niizu@brasilfoods.com
A área de Análise Sensorial está sendo cada vez
mais reconhecida por fornecer ferramentas para compreender as
preferências do consumidor. Saber escutar e interpretar sua voz para
então traduzi-la em atributos de produtos, resulta em um
desenvolvimento mais assertivo e em produtos com maior probabilidade
de sucesso no mercado. A construção de padrões sensoriais com base
no conhecimento do consumidor garante alimentos com maior qualidade
percebida. O estudo e a implantação de novas metodologias de análise
é essencial para acompanharmos a evolução das formas de abordagem ao
consumidor.
Na presente palestra será comtemplado como os métodos descritivos,
discriminativos e afetivos são aplicados em cada uma das etapas do
desenvolvimento de produtos, assim como a evolução da área de
Análise Sensorial ao longo dos últimos anos dentro dos processos de
desenvolvimento. A apresentação será baseada em exemplos práticos de
uma indústria de alimentos que atua em diversos setores (cárneos,
lácteos, pratos prontos, panificação etc) tanto no mercado interno,
quanto no mercado externo, food service e contas globais.
Mídia e Tecnologia de Alimentos na
Obesidade Infantil
04 de maio de 2012 -
14:00 às 17:30
h – sala 3
Coordenação: Jane G. Menegaldo - Presidente da SBCTA
Childhood obesity
and food technology
Prof. Dr. Roger Clemens -
Presidente do IFT,
School of
Pharmacy,
University of Southern California, Los Angeles, e-mail:
clemens@usc.edu
Childhood obesity (BMI >95 %ile) and overweightness (BMI > 85 %ile)
increase numerous health risks, and increases the probability of
serious health conditions during adulthood.
Estimates suggest that 17-32% of children ages 2 to 19 years
within the United States are considered obese or overweight. In
Latin America and other regions of the world where there was once
inadequate food to eat now present obesity and associated diseases,
including those associated with metabolic syndrome (increased
abdominal obesity, high blood pressure, increased plasma
triglycerides and cholesterol, and high fasting blood glucose).
Eating behaviors and food choices, including restaurant frequency,
sedentary lifestyles, and media and entertainment contribute to
childhood obesity.
Physical activity among children is not monitored in the US, whereas
there are data food consumption patterns, and advertising
influences. In 2005, the Institute of Medicine provided a
comprehensive assessment of the impact of marketing practices on
food selection among children and youth, and provided numerous
recommendation to curb the adverse health effects of poor food
choices and lifestyles. More recently, the First Lady (USA) launched
Let’s Move which is
intended to eliminate childhood obesity within a generation.
School lunch standards, sponsored by the USDA, were revamped
to increase fruit and vegetable consumption, provide whole grain
products, and encourage fat-free dairy milk intake.
The 2005 and 2010 Dietary
Guidelines, as well as earlier reports from the American Academy of
Pediatrics noted considerable evidence shows that screen time (e.g.,
TV viewing, video gaming) are directly associated with increased
overweight and obesity among children.
In 2010, the Federal Trade Commission, in its “Solving the
Problem of Childhood within a Generation” recommended a) reduced
food advertising directed to children, b) adoption of uniform
standards for marketing of nutritious foods, and c) development of
technology that separates “healthy” from “unhealthy” food
advertising. Over the
past several years, several of the quick service restaurants have
significantly modified their menus which encourage the consumption
of foods that are more healthful, contain costs of those foods, and
provide nutrition education opportunities that inspire better food
choices. In addition,
food companies have modified advertising practices at point of sale,
yet the internet “pop-ups” and some cyberspace practices continue
promote poor food choices through product-cybergaming.
Alimento saudável:
conceito, percepção e regulação
Prof. Me. Luiz Eduardo Rodrigues de Carvalho
–
Faculdade de Farmácia da Universidade
Federal do
Rio de
Janeiro,
e-mail: lec@luizeduardo.net Alimentos transgênicos, alimentos dietéticos,
alimentos funcionais, alimentos megaprocessados, nutracêuticos,
alimentos saudáveis, muitas são as denominações e classificações que
têm surgido nos últimos anos, indicando uma tendência de mercado
para a instituição da categoria “alimentos conceituais”. Este
fenômeno pede atenção das Ciências de Alimentos quando é em nome
delas, e supostamente com seu respaldo teórico e epistemológico, que
essas categorias emergem na mídia e, mais preocupantemente, emergem
no interior do conjunto de atos programáticos e/ou regulatórios em
consumo e saúde pública. “Alimentos conceituais”, para serem
normatizados, muito mais que um “conceito”, demandam uma “definição”
que impregne então, no ato normativo, um papel anterior ao caráter
da qualidade, que é o caráter da “identidade”. Conflituosas têm sido
as negociações e os debates em torno da normatização dessas
“identidades”. O estudo exploratório que aqui se apresenta - a
partir de alguns rótulos, anúncios publicitários, reportagens,
artigos científicos e discursos e programas governamentais - parece
apontar que não podem ser considerados como “científicos” aqueles
discursos e decisões, na medida que contradizem suposições
epidemiológicas e, principalmente, os saberes da Bioquímica, da
Química e da Tecnologia de Alimentos. De outro lado, parece apontar
que o conjunto das “Ciências de Alimentos” precisa incorporar novas
ciências, como a Semiologia, a Antropologia, a Fisiologia, o
Direito, a Linguística e a Filosofia, se vamos ter de conviver com
“cientistas de alimentos” manifestando pareceres e regulações sobre
fenômenos que definitivamente não são de natureza química ou
microbiológica. Descrito o fenômeno do emprego do termo “saudável”
em rótulos e propagandas de alimentos, identificado como o termo
“saudável” aparece no discurso tecnocrático e no imaginário popular,
a interpretação desses dados chama por considerar proposições que
têm sido apresentadas por diversos pensadores contemporâneos como
Bauman, Zizek e Baudrillard sobre, respectivamente, o “mundo
líquido”, o “deserto do real” e o crime perfeito que resulta do
assassinato do “realidade”.
Sessão A Importância das Reações de
Oxidação Lipídica em Alimentos e seu Controle
04 de maio de 2012 -
09:00 às 12:30 h – sala 1
Coordenadora – Profa. Dra. Neura Bragagnolo – FEA - UNICAMP
Utilização de sondas fluorimétricas, quimioluminimétricas e
colorimétricas para a detecção de espécies reativas do oxigênio e
nitrogênio in vitro
Profa. Dra.
Eduarda Fernandes
- REQUIMTE, Departamento de Ciências Químicas, Faculdade de
Farmácia, Universidade do Porto, Porto, Portugal, e-mail:
egracas@ff.up.pt
As espécies
reactivas pró-oxidantes produzidas endogenamente são essenciais à
vida, estando envolvidas em várias funções biológicas. No entanto,
quando produzidas em excesso, ou quando os níveis de agentes
antioxidantes são substancialmente reduzidos, estas espécies
reactivas tornam-se altamente deletérias causando stresse oxidativo,
com a consequente oxidação de biomoléculas, levando a danos
celulares irreversíveis e mesmo à morte celular. Entre as espécies
pro-oxidantes com maior relevância biológica encontram-se as
espécies reactivas de oxigénio (ERO), tais como o radical superóxido
(O2•-), o radical hidroxilo (•OH),
o radical peroxilo (RO2•), o peróxido de
hidrogénio (H2O2), o oxigénio singleto (1O2),
e o ácido hipocloroso (HOCl) e as espécies reactivas de nitrogénio
(ERN), tais como o óxido nítrico (•NO), o anião
peroxinitrito (ONOO-) e o ião nitrónio (NO2+),
o dióxido de azoto (•NO2), o ácido
peroxinitroso (ONOOH) e o trióxido de diazoto (N2O3).
A investigação científica envolvendo os efeitos biológicos e/ou
deletérios associados às ERO e ERN requer metodologias, sensíveis e
específicas, de forma a permitir um conhecimento mais profundo dos
seus mecanismos de acção. No entanto, algumas espécies reactivas
apresentam algumas características que tornam difícil a sua
detecção, nomeadamente o seu curto tempo de vida e a grande
variedade de agentes antioxidantes endógenos capazes de as capturar.
Consequentemente, torna-se necessário desenvolver metodologias
capazes de contornar estas dificuldades. As sondas fluorimétricas,
quimioluminimétricas e colorimétricas poderão constituir sensores
excelentes para as ERO e ERN devido à sua elevada sensibilidade e
simplicidade na obtenção de dados. Outras vantagens importantes
constituem a boa caracterização química das sondas e dos produtos de
reacção com as espécies reactivas, a sua quimio-, foto- e
termo-estabilidade, baixa toxicidade e a possibilidade de detecção
de espécies reactivas a nível intra- e extracelular. Nesta
comunicação, serão apresentadas e discutidas várias sondas
espectroscópicas para detecção de espécies reactivas de oxigénio e
nitrogénio, bem como a sua aplicação em sistemas
in vitro para avaliação da
actividade antioxidante.
Reações oxidativas nos lípides alimentares
Prof. Dr. Jorge Mancini Filho
– Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo,
e-mail:
jmancini@usp.br
Os lípides presentes nos alimentos apresentam grande diversidade de
compostos na sua composição. Estes conferem aos alimentos
propriedades relacionadas com o aroma, sabor e textura, são
responsáveis também pelo valor nutritivo, pois fornecem 9kcal/g, são
veículos das vitaminas A, D, E e K e disponibilizam ao organismo
animal os ácidos graxos essenciais linoleico e α-linolênico. Os
ácidos graxos insaturados presentes nos triglicerídeos dos alimentos
são muito suscetíveis às reações oxidativas, pois a configuração
destes apresenta carbonos metilênicos, os quais, pela densidade
eletrônica dos carbonos adjacentes, estão sujeitos a perda de um
átomo de hidrogênio formando radicais livres, os quais incorporam
oxigênio, resultando em peróxidos e hidroperóxidos. Estes compostos
se decompõem podendo formar aldeídos, cetonas, álcoois e em
condições mais extremas, ácidos. Os produtos resultantes da oxidação
dos ácidos graxos apresentam, também, elevada reatividade, podendo
interagir com vitaminas, proteínas e carboidratos, comprometendo
assim o valor biológico do alimento. Quando ingeridos podem
modificar a característica da flora intestinal e alterar os
mecanismos da homeostase celular com comprometimento dos sistemas
enzimáticos. Estas alterações dos lípides modificam as
características sensoriais e nutricionais dos alimentos e devem ser
evitadas por processos físicos, químicos e biológicos.
Produtos da oxidação do colesterol: formação e inibição
Dra. Lilian Regina Barros Mariutti –
Departamento de Ciência de Alimentos, Faculdade de Engenharia de
Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, e-mail
lilianmariutti@gmail.com
Os produtos de oxidação do colesterol formam um grupo com mais de 80
compostos conhecidos que são formados a partir do colesterol durante
o processamento e armazenamento dos alimentos, podendo também ser
formados enzimaticamente. Os óxidos de colesterol mais comumente
encontrados nos alimentos são os derivados do anel B da cadeia
principal do colesterol, como o 5,6a-
e 5,6b-epoxicolesterol,
7-cetocolesterol, 7b-
e 7a-
hidroxicolesterol e em menores concentrações, os derivados da cadeia
lateral, como o 20a-
e 25- hidroxicolesterol. A exposição crônica a estes compostos
através da dieta pode constituir um risco à saúde humana devido aos
seus efeitos potencialmente aterogênicos, citotóxicos, mutagênicos e
possivelmente carcinogênicos. Como o colesterol é um lipídio
insaturado, sua oxidação pode ocorrer através de um mecanismo de
reações em cadeia semelhante à autoxidação dos ácidos graxos. Desta
forma, a formação dos óxidos de colesterol é influenciada pela
composição de ácidos graxos, teor de colesterol, atividade de água,
aquecimento, presença de oxigênio, de radicais livres e de íons
metálicos, além da exposição à luz e à irradiação. Além disso, em
geral, os mesmos compostos que atuam como antioxidantes na oxidação
dos ácidos graxos são capazes de inibir a oxidação do colesterol.
Análises instrumentais e sensoriais
no estudo e controle da oxidação lipídica
Profa. Dra. Maria Aparecida A. Pereira da
Silva
Departamento de Tecnologia de Alimentos,
Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Universidade Federal de
Sergipe, e-mail:
Mariasi@fea.unicamp.br
Durante a fritura, são
formados através da
oxidação lipídica, voláteis odoríferos
responsáveis pelo aroma e sabor agradáveis dos alimentos fritos. No
entanto, se o óleo é submetido a um excessivo tempo de fritura, formam-se também, através da oxidação lipídica, compostos
voláteis de aroma desagradável, que alteram negativamente o perfil
sensorial do óleo. Assim, para o estudo e controle da oxidação
lipídica, é necessário o uso de métodos instrumentais e sensoriais
que permitam identificar, entre os vários compostos voláteis
formados, aqueles que alteram o perfil sensorial do óleo. Cromatografia
gasosa (CG) associada à espectrometria de massas (CG-MS) permitem a
identificação dos voláteis formados durante a fritura, enquanto
equipes de julgadores treinados, caracterizam as alterações
sensoriais sofridas pelo óleo durante o processo de fritura.
Entretanto, somente o uso de técnicas CG-olfatométricas, como CHARMÒ,
AEDA e OSME, possibilitam identificar, entre os voláteis formados
pela oxidação lipídica, aqueles que promovem impacto odorífero sobre
o óleo. Esta palestra irá apresentar estudos de caso, onde a
associação das técnicas CG-olfatométricas citadas anteriormente, com
CG e CG-MS permitiu a identificação de voláteis odoríferos formados
através da oxidação lipídica, e o avanço do conhecimento na área.
O Potencial de Espécies Nativas e Domesticadas
de Frutíferas no Brasil
04 de maio de 2012 - das 9:00
às 12:30 h – sala 2
Coordenador: Dr. Paulo Eduardo da Rocha Tavares – FRUTOTEC – ITAL
Potencial das frutas nativas
Prof. Dr. Antonio Baldo Geraldo Martins –
Departamento de Produção Vegetal da FCAV,
UNESP, Campus de Jaboticabal,
e-mail:
baldo@fcav.unesp.br
O Brasil é reconhecido como um dos grandes centros de diversidade de
frutíferas do mundo e, neste contexto, tem-se uma grande
disponibilidade de frutas que podem e devem ser utilizadas como uma
alternativa para os produtores. Observa-se ainda que, cada vez mais,
as frutas consideradas como exóticas, que na concepção dos
consumidores são aquelas pouco conhecidas, vem tendo cada vez mais
procura e, por isto, tendo lugar de destaque nas bancas dos mercados
dos grandes centros. Com a possibilidade de um mercado com
potencial, não somente para consumo in natura como também para a
industrialização, seja de alimentos ou farmacêutica, encontramos no
Brasil, uma grande diversidade, que já vinha sendo utilizada pelos
moradores do entorno de seus centros de origem.
Algumas fruteiras nativas são velhas conhecidas da
população em geral, foram e são amplamente estudadas nos seus mais
diferentes aspectos, com, por exemplo, a goiaba, caju e abacaxi.
Para um melhor aproveitamento, por parte do produtor, há necessidade
do conhecimento de cada uma delas, seleção dos melhores tipos, tempo
do plantio até a primeira florada, época de florescimento, estádio
do ramo no qual as flores são formadas, tempo entre o florescimento
e frutificação, tempo entre frutificação e colheita, caracterização
física e química dos frutos, tipo e posição dos ramos, altura da
planta, diâmetro da copa, propagação seminal, propagação vegetativa
(estaquia, alporquia e enxertia), tempo de vida da muda até porte
para ser levada ao campo, ocorrência de pragas e doenças,
necessidade ou não de poda. Uma das melhores formas, de iniciar este
trabalho, são as coleções já existentes nos institutos de pesquisa e
particulares, onde avaliações preliminares já são possíveis,
facilitando em muito as demais avaliações. A importância desta área
é também como preservação e divulgação de plantas frutíferas nativas
de vários ecossistemas brasileiros, algumas das quais se encontram
listadas como em ou potencial perigo de extinção. Nestas coleções
encontram-se representantes de uma grande gama de famílias com
representantes de outros países, mas que por serem comerciais, tem
um importante papel no que tange a comparações de comportamento. O
Departamento de Produção Vegetal da FCAV-UNESP, Campus de
Jaboticabal, iniciou, na década de 80, com o Prof. Dr. Luis Carlos
Donadio, a introdução e manutenção de frutíferas nativas e exóticas
que, atualmente, compõe uma área de 38 hectares; na sua maioria, com
três representantes de cada variedade ou espécie, num total de 33
famílias, 89 gêneros e 134 espécies, sendo que destas 64 são
exóticas. Dentro das espécies relacionadas, em várias delas, têm-se
representantes de cultivares. Exemplificando, somente a família
Myrtaceae, que é umas das que mais espécies tem como centro de
origem o Brasil, na referida coleção encontram-se 8 gêneros e 27
espécies, das quais apenas 1 gênero e 9 espécies são exóticas.
Estes teriais, além dos estudos de comportamento, têm sido avaliados
também quanto ao seu potencial nutracêutico, isto em parceria
com a Prof. Dra. Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira do
Instituto de Química da Unesp, em Araraquara, que, entre outros,
orientou Marciano Pires da Costa na Dissertação: “Estudo da
Atividade Antioxidante de Frutas Tropicais Exóticas sobre Espécies
Reativas de Oxigênio de importância Biológica em Ensaios Modelos.”,
sendo uma das conclusões que todas
as amostras
testadas apresentaram
ação sobre
os sistemas
in vitro
e ex-vivo
estudados, assim
as frutas,
em estudo,
mostraram-se com
excelente
potencial antioxidante diante aos ensaios modelos. Tem-se, diante do
exposto a grande importância da manutenção, estudo, divulgação e
incentivo de plantio de nossas frutas, tão pouco conhecidas pelos
consumidores em geral.
Frutas como fontes de componentes bioativos para alimentos
funcionais: potencial de polifenóis e necessidade de pesquisa
Prof. Dr. Franco Maria Lajolo
– Faculdade de Ciências Farmacêuticas,
Universidade de São Paulo, e-mail: fmlajolo@usp.br
As frutas regionais brasileiras tem grande potencial como fontes de
nutrientes e compostos bioativos para desenvolvimento de alimentos
funcionais. Acredita-se que esses compostos sejam pelo menos
parcialmente os responsáveis pela relação, evidenciada por estudos
epidemiológicos, entre a ingestão de alimentos vegetais e a redução
da incidência de doenças crônicas não transmissíveis. Entre esses
compostos bioativos destacam os polifenóis, flavonóides, além de
antocianinas, proantocianidinas e outros que parecem ser implicados
nessa redução. Além da capacidade antioxidante possuem outras ações
biológicas como: ação anti-inflamatória, ação sobre enzimas ligadas
ao controle da pressão arterial, ação nas cascatas de sinalização
celular, com reflexos na expressão de gens de enzimas antioxidantes,
e mesmo em fatores de transcrição celular com importância no câncer.
Essas áreas se tornaram importante campo de pesquisa em ciência e
tecnologia de alimentos e em nutrição e saúde, ainda mais
considerando o uso da nossa biodiversidade. Inúmeros desafios estão
postos como: conhecer a sua ocorrência em frutas, obter a sua
caracterização molecular, estudar o efeito do processamento
tecnológico na sua manutenção nos alimentos. E mais, conhecer a sua
biodisponibilidade em humanos, sua ação em pessoas saudáveis bem
como na síndrome metabólica e os mecanismos envolvidos. E
finalmente, como traduzir adequadamente esse conhecimento para
informação e para uso correto pelos consumidores.
Potencial nutricional e funcional de frutas nativas dos biomas
Cerrado e Pantanal
Dra. Tania da Silveira Agostini Costa
- Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília, e-mail:
tania@cenargen.embrapa.br
As frutas nativas Brasileiras já eram usadas pelos povos indígenas
desde épocas remotas, desempenhando ainda um papel fundamental na
alimentação dos desbravadores e colonizadores. A experiência
demonstrada em países desenvolvidos procura agregar valor à pequena
propriedade agrícola, associado às espécies regionais e aos produtos
locais. No projeto Plantas do Futuro, PROBIO – MMA, foram listadas
72 espécies de fruteiras nativas da Região Centro-0este do Brasil,
onde predominam os biomas Cerrado e Pantanal. Neste projeto, foram
selecionadas 15 fruteiras que apresentaram maior potencial para a
exploração sustentada, com base em seu potencial econômico,
nutricional, social e ambiental: Abacaxi do Cerrado, Araçá,
Araticum, Baru, Buriti, Cagaita, Cajus-do-cerrado, Coquinho-azedo,
Gabiroba, Jatobá-do-cerrado, Jenipapo, Mangaba, Maracujá-do-cerrado,
Murici, Pequi, Pêra-do-cerrado.
Nesta palestra será apresentado o potencial nutricional e
funcional das principais fruteiras selecionadas e estudadas até o
momento.
Açaí e acerola - pequenas superfrutas de grande potencial.
Dra. Karina Luize da
Silva Messias
- Duas Rodas, e-mail:
karina.luize@duasrodas.com
Durante os últimos anos, tornou-se cada vez mais popular a
importância do consumo de frutas e verduras para a manutenção da
saúde do nosso organismo, pois além de estarem fornecendo
componentes essenciais da nossa dieta como vitaminas, minerais,
fibras e carboidratos, também nos fornecem outros componentes
biologicamente ativos, conhecidos como fitoquímicos. Muitos destes
fitoquímicos atuam como poderosos antioxidantes, protegendo as
células e órgãos da ação destrutiva dos radicais livres. Esses
perigosos compostos são moléculas oxigenadas tóxicas produzidas no
organismo por diversos fatores tais como: consumo de cigarro,
exposição a luz solar e raios X, ar poluído e também
sua produção é ativada de forma freqüente através das funções
normais do nosso metabolismo.
Os radicais livres são capazes de oxidar moléculas em nosso
organismo causando a destruição e envelhecimento de nossas células.
No decorrer da idade, os radicais livres estão envolvidos em uma
série de problemas que vão desde a catarata, problemas
cardiovasculares até o câncer. Neste contexto de alimentos ricos em
antioxidantes, o Brasil, devido a sua rica biodiversidade, é um país
privilegiado e vem se destacando no cenário mundial devido a
existência de diversas espécies de frutas e plantas, cada uma delas
com diferentes atrativos como a cor, aroma, formato, mas,
principalmente devido ao seu valor nutricional e riqueza em ativos
antioxidantes. No fim da década de 90, o açaí (Euterpe oleracea)
deixou de ser mais uma fruta exótica da Amazônia e conquistou
adeptos em todas as regiões do Brasil, sendo considerada a fruta
símbolo pela "geração saúde". Por ser uma excelente fonte de
energia, a polpa ou suco de açaí misturado com guaraná é parte do
cardápio de esportistas, e esta mistura está cada vez mais difundida
pelo mundo. Dentre as frutas da Amazônia, o açaí é uma das mais
nutritivas. Contém alta concentração de fibras (que contribuem para
o bom funcionamento do aparelho digestivo), de antocianinas
(compostos fenólicos também encontrados no vinho tinto com
propriedades antioxidantes), de minerais cálcio e potássio, além de
vitamina E. Na Ilha de Marajó, norte do Brasil, o açaí é oferecido
como substituto do leite, devido sua alta concentração de cálcio.
Outra fruta bastante consumida em nosso país e muito nutritiva é a
acerola (Malphigia emarginata), a qual contém concentrações
consideráveis de ácido ascórbico (vitamina C) em sua composição. Ela
é originária do Mar das Antilhas, norte da América do Sul e América
Central e vem sendo amplamente cultivada
e consumida no Brasil e em outros países. Além da vitamina C,
esta fruta também é rica em caroteno (vitamina A), tiamina (vitamina
B1), riboflavina (vitamina B2), niacina, cálcio, fósforo e ferro,
além dos açúcares.
Potencial de frutas do sul do país (clima temperado): passado,
presente e futuro
Prof. Dr. Julio Alberto Nitzke –
Departamento de Tecnologia de Alimentos ,
Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, e-mail: julio@ufrgs.br
O clima temperado e as colonizações alemã e italiana foram alguns
dos fatores preponderantes no tipo de frutas que foram plantados e
processados no Rio Grande do Sul, e que são muito diferentes das
outras regiões do país. Maçãs, uvas e pêssegos são os principais
exemplos destas culturas, ao redor das quais se estabeleceram pólos
agroindustriais em diferentes partes do estado, e onde se produz um
grande percentual dos vinhos, frutas em calda e doces do Brasil.
Desde a década passada, o crescente interesse pelas propriedades
funcionais dos alimentos desencadeou a importação de outras culturas
comuns no hemisfério norte, tais como mirtilo (blueberry), romã,
amora, framboesa, cereja, etc. Mais recentemente, a valorização das
origens na alimentação tem norteado as pesquisas que buscam
identificar compostos funcionais nas frutas nativas, tais como
guabiroba, araticum, butiá, araçá ou guabiju.
Sessão Desafios em Microbiologia
04 de maio de 2012 - das 11:00 às 12:30 h – sala 3
Coordenador:
Prof. Dr.
Ricardo Lemos Sainz – UFPel
Chemical Preservatives and Natural Antimicrobial Compounds in Food
Prof. Dr. P. Michael Davidson -
Head Member, Institute of Food Technologists Board of Directors,
Department of Food Science and Technology, University of Tennessee,
Knoxville,
e-mail:
pmdavidson@utk.edu
A few antimicrobial food preservatives, such as salt, have been
utilized for thousands of years to extend the storage life of food
products. For the past 100 years, a small group of “synthetic”
chemical preservatives have played an important role in increasing
the shelflife and assisting in the improvement of the
microbiological safety of consumer food products. Because of the
increased consumer demand for microbiological food safety, the food
processing industry has looked to novel processing technologies and
antimicrobial sources to meet that need. One of these sources is
naturally occurring antimicrobial compounds. These compounds have
potential promise for expanded antimicrobial activity, improved
opportunity for regulatory approval, better consumer acceptance and
even health benefits. Naturally occurring antimicrobials have been
identified from animal, plant, microbial and mineral sources. The
types of compounds, their antimicrobial spectrum, their potential
usefulness in foods, challenges and opportunities to their
application to foods and how they fit into the overall food safety
system will be discussed.
Sessão Legislação:
Mercosul e
Codex Alimentarius - Impacto nas Práticas Comerciais
04 de maio de 2012 - 14:00 às 17:30 h – sala 1
Coordenador: Eng. Eliane Miyaszaki -
FOODSTAFF
Codex Alimentarius: o que é e como o Brasil pode se beneficiar
Maria Aparecida Martinelli
- Coordenadora do Comitê Codex Alimentarius do Brasil e Gerente da
Divisão de Articulação Externa e Desenvolvimento de Projetos
Especiais, Diretoria da Qualidade, Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia, INMETRO, Rio de Janeiro, e-mail:
mamartinelli@inmetro.gov.br
A palestra apresenta o Codex Alimentarius, ferramenta fundamental
para aqueles que, de uma forma ou outra, atuam na área de alimentos
e estão envolvidos na busca pela inocuidade e melhoria da qualidade
destes produtos. Este é
o objetivo primordial do Codex, que se soma à busca por práticas
eqüitativas no comércio de alimentos. Estas duas vertentes são
fundamentais, não só pelo impacto direto na saúde dos consumidores,
mas também, pelo fato de que os alimentos e produtos agropecuários
são parcela significativa da pauta de exportação de muitos países em
desenvolvimento. Serão fornecidas informações sobre o Programa e sua
origem, que remonta ao estabelecimento de suas organizações
patrocinadoras, sua estrutura organizacional e funcionamento, o
embasamento científico das normas Codex, seu status atual como
referência para o comércio internacional, bem como um rápido painel
sobre a participação do Brasil nos trabalhos do Codex.
Codex Alimentarius e Mercosul: barreira não
tarifária, discussão política ou técnica?
Antonia Maria de Aquino
- Gerência de Produtos Especiais, GPESP/GGALI/ANVISA, e-mail:
antonia.aquino@anvisa.gov.br
O Codex Alimentarius é um programa conjunto do Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização
Mundial da Saúde (OMS) para elaboração de normas internacionais de
alimentos. Criado em 1962, o Codex conta com 185 países membros,
entre eles o Brasil, e tem como principais objetivos proteger a
saúde dos consumidores e assegurar práticas leais de comércio de
alimentos. Apesar de voluntárias, essas normas são consideradas
referência para a Organização Mundial do Comércio (OMC) nas soluções
de controvérsias de alimentos. Por essa razão, os países e blocos
econômicos vêm utilizando as normas Codex como referência para
elaboração de suas legislações. O Grupo Mercado Comum do Sul
(Mercosul), criado em 26 de março de 1991, por meio do Tratado de
Assunção, é formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. As
diretrizes para elaboração e revisão de regulamentos técnicos do
Mercosul estabelecem
Produtos Globais requerem
estratégias mundiais - customização x produção em escala
Lucia Helena
Cruz -
LHCRUZ Consultoria, e-mail:
lucia@lhcuz.com
Com o crescimento das práticas comerciais mundiais, os governos
precisam estabelecer garantias de que os produtos são seguros e não
trazem riscos para a população, por outro lado há a necessidade de
um comércio igualitário e sem conflitos.
Na
área do comércio internacional há várias entidades envolvidas: WTO (
World Trade Organization), FAO ( Food and Agriculture Organization),
WHO ( World Health Organization) através do CODEX, JECFA (Joint
FAO/WHO Expert Committee on Food Additives) e JMPR (Joint FAO/WHO
Meetings on Pesticide Residues).
As decisões destes players impactam toda a cadeia envolvida no
comércio internacional. A WTO – é o organismo internacional que
estabelece as regras de comércio entre as nações, sendo sob a sua
plataforma que a discussão das relações de comércio internacional
evolui (ex.: rodada de DOHA). Uma das preocupações da WTO é de que
as regulamentações de um país possam ser usadas como barreira
comercial. Neste cenário, a definição de um standard de referência
sem envolvimento político é fundamental.
De acordo com o “SPS
Agreement” – Sanitary and Phytosanitary Agreement, os membros da WTO
ficam obrigados a “cumprir os Standards internacionais sanitários e
fitosanitários, seus guidelines, ou recomendações, sempre que
aplicável”. Sendo assim,
no caso de uma disputa entre nações, o Codex alimentarius é a
referência utilizada para a interpretação e/ou aplicação de
regulamentos. Os
Standards internacionais de alimentos são estabelecidos por três
organismos internacionais: Codex alimentarius, IPPC – International
Plant Protection Convention e
OIE – World Animal Health Organization/ Office international dês
Epizooties.
Sessão Ozônio na Indústria de Alimentos
04 de maio de 2012 - 14:30 às 17:30 h – sala 2
Coordenador da Sessão: Profa. Dra. Maria Lúcia Nunes - UFC
Uso de ozônio em produtos cárneos e lácteos
Profa. Dra. Suse Botelho da Silva
- Engenharia de
Alimentos, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, Rio
Grande do Sul, e-mail: susebs@unisinos.br
O ozônio é um gás incolor de odor pungente, instável e solúvel em
água, que se destaca por seu elevado poder oxidante. É um forte
agente desinfetante com ação sobre uma grande variedade de
organismos deteriorantes e patogênicos, apresentado uma eficiência
germicida que excede ao cloro. Em frigoríficos e laticínios, o
ozônio pode ser utilizado na desinfecção de superfícies e de
equipamentos, bem como para a sanitização de matérias-primas e para
o tratamento do ar em câmaras de armazenagem refrigerada ou
maturação de produtos fermentados. Através da ozonização é possível
garantir a segurança alimentar e ampliar a vida-de-prateleira destes
produtos, porém o ozônio pode acelerar os processos oxidativos,
quando em altas dosagens. Nesta palestra serão apresentados estudos
de caso envolvendo a aplicação do ozônio em produtos cárneos e
lácteos, enfocando aspectos relativos à eficiência do processo de
ozonização no controle da biota contaminante e avaliação de impactos
sobre a qualidade do produto.
Uso de ozônio na indústria do pescado
Prof. Dr. Alex Augusto Gonçalves -
Departamento de Ciências Animais, Engenharia
de Pesca, Universidade Federal Rural do Semi Árido, Mossoró, Rio
Grande do Norte, e-mail: alaugo@gmail.com
Nos últimos anos, tem sido cada vez maior a atenção concentrada na
segurança dos alimentos e, em especial, sobre os métodos de
intervenção para reduzir e eliminar os agentes patogênicos humanos
de produtos frescos, principalmente o pescado fresco. Tecnologias
tradicionais utilizam água, com ou sem um agente de desinfecção para
lavagem do pescado fresco. O cloro é o agente sanitizante disponível
mais amplamente utilizado para produtos frescos, mas tem um efeito
limitado na eliminação de bactérias na superfície do pescado. Um
tratamento alternativo está sendo procurado para melhorar a
segurança alimentar. Muitas pesquisas e experimentos industriais
estão em andamento para validar a utilização do ozônio na indústria
de alimentos. Este artigo tenciona mostrar uma tecnologia limpa para
ser aplicada na indústria do pescado e para mostrar que muitos
estudos devem ser feitos para demonstrar as melhores concentrações e
os melhores métodos de aplicação de ozônio em diversas espécies de
pescado, a fim de que os governos de todos os países possam aprovar
sua aplicação na indústria da pesca.
Uso de ozônio no tratamento pós-colheita de frutas e hortaliças
Dr. Enilton Fick Coutinho -
Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado (CPACT), EMBRAPA
Clima Temperado, Pelotas, Rio Grande do Sul, e-mail:
enilton@cpact.embrapa.br
No controle de doenças pós-colheita causada por fungos, a redução do
inóculo é importante para minimizar a infecção e/ou manifestação das
mesmas, podendo-se utilizar métodos químicos, físicos e biológicos a
fim de reduzir o nível de inóculo no campo e/ou no armazenamento de
frutas e hortaliças. Fungicidas sintéticos convencionais são
normalmente utilizados no controle de doenças pós-colheita, no
entanto, podem apresentar efeito residual nos frutos e hortaliças. O
uso destes produtos é o principal fator de contaminação química de
seres humanos. Nos últimos anos, nos principais mercados mundiais de
frutas e hortaliças, tem ocorrido uma tendência crescente quanto à
restrição do uso desses fungicidas convencionais em pós-colheita,
principalmente devido aos riscos que o uso inadequado pode
proporcionar ao ambiente e à saúde humana. Ao realizarem-se estudos
sobre métodos de controle de doenças pós-colheita, a fim de reduzir
as perdas dos frutos, deve-se considerar, além da eficiência desses
métodos, a aceitabilidade da qualidade do produto pelo consumidor.
Dentre os métodos alternativos utilizados para controle de podridões
pós-colheita de frutos e hortaliças, cita-se o ozônio, que têm se
mostrado eficiente no controle de podridões pós-colheita de
pêssegos, maçãs, cebolas, cenouras, etc.; sem causar alterações
físico-químicas e sensórias dos mesmos.
Uso de ozônio na indústria de bebidas
Profa. Dra. Carolina Pereira Kechinski -
Facudade de Engenharia de Alimentos, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, e-mail: carolpk@enq.ufrgs.br
O Ozônio (O3) é um forte agente antimicrobiano com inúmeras
aplicações potenciais na indústria de bebidas. Alta reatividade,
penetrabilidade, e decomposição espontânea a um produto não tóxico
(ou seja, O2) tornam o Ozônio um desinfetante viável para garantir a
segurança microbiológica dos produtos alimentares. O ozônio tem sido
usado há décadas em muitos países sendo que uma das primeiras
aplicações em alimentos foi para melhorar o odor e sabor de águas
engarrafadas. Concentrações relativamente baixas de ozônio e tempo
de contato curto são suficientes para inativar bactérias, bolores,
leveduras, parasitas e vírus. No entanto, as taxas de inativação de
ozônio são maiores em demanda livre de sistemas do que quando o meio
contém substâncias orgânicas oxidáveis. Sensibilidade dos
microrganismos ao ozônio também varia com o estado fisiológico da
cultura, pH do meio, temperatura, umidade e presença de aditivos
(por exemplo, ácidos, surfactantes e açúcares). Além do uso direto o
Ozônio também vem sendo utilizado para a sanitização de
equipamentos, tubulações, garrafas e ar. No entanto, o uso excessivo
de ozônio pode causar oxidação de alguns ingredientes na superfície
dos alimentos resultando em descoloração e deterioração do sabor dos
alimentos. Em virtude disso, pesquisas adicionais são necessárias
para elucidar a cinética e mecanismos de inativação microbiana por
ozônio a fim de otimizar a sua utilização pela indústria de bebidas.
Uso de ozônio no tratamento de efluentes da indústria de alimentos
Profa. Dra. Aziza Kamal Genena -
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos, Universidade
Tecnológica Federal do Paraná,
Campus Medianeira, e-mail: azizakg@utfpr.edu.br
Efluentes líquidos da indústria de alimentos geralmente contem
compostos orgânicos biodegradáveis, proteínas, açúcares,
carboidratos, óleos e graxas, etc. Os efluentes são frequentemente
complexos e contêm alta DBO, DQO e sólidos suspensos. O tratamento
desses efluentes com ozônio geralmente é muito eficiente, e pode ser
usado em combinação com processos biológicos como pré ou
pós-tratamento. O pré-tratamento com ozônio pode melhorar a
eficiência de um tratamento convencional, como as etapas de
floculação, sedimentação ou o tratamento biológico. Assim, a
pré-oxidação com ozônio pode aumentar a biodegradabilidade do
efluente produzindo moléculas menores, mais biodegradáveis e menos
tóxicas. O tratamento terciário com ozônio é muito efetivo
principalmente em águas residuárias com concentração de matéria
orgânica menor de 1%, e para a oxidação de traços de compostos
orgânicos recalcitrantes não removidos no tratamento biológico.
Quanto a sua capacidade de desinfecção, o ozônio é um poderoso
desinfetante por causar inativação celular por dano direto à
membrana e parede celulares, interrupção de reações enzimáticas e
dano ao DNA. A eficiência da ozonização pode ser ampliada ao se
combinar radiação ultravioleta ou aplicação de outros oxidantes
fortes.
Temas Emergentes em Ciência e Tecnologia de Alimentos
04 de maio de 2012 - 14:00 às 17:30 h – sala 3
Coordenação: Prof. Dr.
Narendra Narain
Listeria monocytogenes – Characterization, control and lessons learned from
cantaloupe
Prof. Dr. P. Michael Davidson
-
Head Member, Institute of Food Technologists Board of
Directors, Department of Food Science and Technology, University of
Tennessee,
Knoxville,
e-mail:
pmdavidson@utk.edu
The
foodborne pathogen,
Listeria monocytogenes continues to be one of the primary concerns
for food processors. The severe illness syndromes and high mortality
rate associated with this bacterium make it a high priority for both
regulatory bodies and processors alike. Historically, it has been
considered primarily a challenge in specific niches in food processing
operations and for certain high risk foods. Much of the research on
characterization and control of this microorganism has been associated
with those particular niches and foods and the ability of the
microorganism to persist in the food processing environment. In 2011, a
large outbreak of listeriosis in the US associated with cantaloupe
changed how we must think about the sources for this foodborne pathogen.
This presentation will address the sources, characteristics, and control
measures for Listeria
monocytogenes and what can be learned from the large 2011.
RESUMO DOS CURSOS
Fabricação e Maturação de Queijos
Finos
Profa.
Dra. Christiane Maciel Vasconcellos
Barros De Rensis
-
Coordenadora do Curso de Engenharia de Alimentos e professora
pesquisadora do Mestrado em Ciência e Tecnologia do Leite da
Universidade Norte do Paraná,
e-mail:
christiane@unopar.br
O objetivo deste curso é discutir o processo de fabricação de queijos
finos e o desenvolvimento de sabor e textura dos diferentes tipos de
queijos. Os tópicos a serem abordados incluirão as características de
qualidade do leite para fabricação de queijos; a escolha e a finalidade
das culturas lácticas, incluindo culturas secundárias e adjuntas; o
processo de coagulação enzimática do leite e o desenvolvimento da
maturação. Serão discutidos os processos de transformação da lactose,
proteína e gordura dos queijos durante a maturação e suas relações com o
sabor, a textura e as características típicas dos diferentes queijos.
Efeito da Matéria-prima e dos Processamentos na Composição e
Funcionalidade de Produtos de Café
Profa. Dra. Marta de Toledo
Benassi
- Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências
Agrárias, Universidade Estadual de Londrina, e-mail:
Martatb@uel.br
O café contém
vários componentes bioativos e seu consumo tem sido correlacionado a
redução da incidência de doenças crônicas e degenerativas. Dentre
aproximadamente 100 espécies conhecidas do gênero Coffea as mais
importantes economicamente são Coffea arabica
(café arábica)
e Coffea canephora
(café conilon),
usualmente encontradas como blends em produtos comerciais. Os principais
compostos aos quais é atribuída a atividade antioxidante (AA) das
bebidas de café incluem aqueles originalmente presentes no grão como
fenóis, trigonelina, cafeína e diterpenos (caveol e cafestol), e
compostos produzidos no processo de torra (melanoidinas e outros
produtos da reação de Maillard). Dessa forma, tanto variações na matéria
prima (espécie, variedade, tratos culturais) quanto os processamentos
(com destaque para torra e extração) contribuem para a diversidade de
composição e consequentemente a AA de produtos de café.
Diferentes métodos são utilizados
para caracterizar a capacidade antioxidante de alimentos, mas não existe
uma metodologia eficiente e universal de medida, assim várias técnicas
tem sido utilizadas para produtos de café. Serão abordados no curso a
importância do café como produto; tendências de consumo e importância e
conhecimento sobre os benefícios a saúde; métodos de medida da AA;
principais compostos bioativos; relação entre composição química, AA e
processamentos.
Estudos de casos serão apresentados para
exemplificar.
Estatística Aplicada à Ciência e Tecnologia dos Alimentos
Prof. Dr.
Paulo de Paula Mendes
-
Departamento de Pesca e Aquicultura,
Universidade
Federal
Rural de
Pernambuco, e-mail:
Paulo_ufrpe@yahoo.com.br
O mini-curso intitulado Estatística
Aplicada à Ciência e Tecnologia dos Alimentos, será destinado aos alunos
de graduação e pós-graduação e profissionais que trabalham nas áreas que
envolvem a produção e ou processamento dos alimentos. Durante um período
de 8,00 horas serão abordados os seguintes temas: 1- Gerenciamento de
dados, 2- Estatística descritiva, 3- Análise de variância (ANOVA) e 4-
Regressões: lineares, não lineares e múltiplas com seleção de variáveis.
Para expor o item 1, será utilizada uma massa de dados aquícola
em que serão apresentados os conceitos básicos de população, variáveis,
importância da organização dos dados e as formas de apresentação ao
público. Utilizando-se a mesma massa serão apresentados os elementos
básicos da estatística de posição e de dispersão que compõem o item 2,
ou seja, a estatística descritiva. Para apresentar os conceitos básicos
da ANOVA será utilizado, um experimento inteiramente casualizado, em que
foi pesquisada a influência da pré-fritura na umidade (%) da pós-fritura
de batatas. Com esse experimento será utilizada as técnicas de
comparação múltipla para comparação das médias dos tratamentos (Tukey,
com p<0,05).Tem-se como expectativa o tempo de explanação de 1,0 hora,
para cada um destes itens, objetivando tornar possível a apresentação e
uso de um programa de estatística (SysEAPRO, v. 2). A segunda fase do
mini-curso será destinada para apresentação das técnicas de regressão,
com ênfase a sua aplicação no setor. Estatisticamente, serão
apresentados apenas os seguintes itens: estimação dos parâmetros, ANOVA
para regressão, coeficiente de determinação e intervalo de confiança
para uma estimativa. Para o processo de seleção de variáveis
apresentar-se-á as técnicas de Forward, associada ao transformador de Box-Cox, de acordo com as
recomendações de Montgomery e Peck. Pretende-se utilizar,
aproximadamente, 2,0 horas para apresentar este item e as demais 2,0
horas com exercício prático.
Implementando Food Defense: CARVER +
Shock
Prof. Dr. Marco Antonio León Félix
-
Faculdade de Quimica,
Universidade Nacional Autônoma do México, e-mail:
marcoelp@lefix.com.mx
El curso está dirigido a todo el personal relacionado con procesos de
elaboración de alimentos y materias primas que se encargue de coordinar
y dirigir los sistemas de Food Defense, así como profesionales
interesados en el tema. El objetivo es conocer el estatus actual de la
ley de Food Defense,
revisar los requerimiento documentales y las estrategias para
ajustarlo a las necesidades de la empresa,
realizar un análisis ORM (Operational Risk Management) el cual
lleva a descubrir las vulnerabilidades de una planta procesadora de
alimentos desde las instalaciones hasta sus sistemas de gestión y por
último conocer la herramienta CARVER + Shock empleada por FDA en torno a
éstos sistemas.
Tendências
Apontadas
na Global Food Safety Conferência 2012
Papel do GFSI no cenário mundial de alimentos. Estratégia para
possibilitar maior colaboração mundial. Confiança ao consumidor do campo
ao garfo. ISO – uma ponte entre normas públicas e privadas. Novo
paradigma regulatório do FDA. Embalagem é um ingrediente da Segurança de
Alimentos Normas para Segurança de Alimentos em Embalagens. Crescimento
das marcas próprias torna a segurança de alimentos mais crítica
Segurança de alimentos no desenvolvimento de produto. Cases no campo e
no varejo.
Tendências nas atitudes dos consumidores em Segurança de alimentos,
Práticas e Comportamentos em Casa. De mudança de comportamento para
mudança na cultura
Fraude em alimentos - o que você precisa saber.
Tecnologia de Fabricação de Chocolates
Dr.
Valdecir Luccas
- Diretor Técnico de Divisão do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de
Cereais e Chocolates - CEREAL CHOCOTEC, e-mail: vluccas@ital.sp.gov.br O objetivo principal do curso é apresentar as principais matérias-primas e o processo de fabricação de chocolates. Serão abordados parâmetros de controle de processo e aspectos de qualidade e estabiidade do produto.
A Arte de Degustar Vinhos
Enólogo Vinícius Casagrande Fornasier
- Professor, Especialista em Educação, Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense,
Campus Pelotas, RS
Serão abordados os seguintes tópicos: órgãos dos sentidos,
noções básicas sobre a percepção sensorial, fichas de degustação teórica
e analítica, características gustativas e vocabulário
enológico na
degustação, degustação de
vinhos tranquilos
e espumantes. |